Número de vasectomias no Rio Grande do Sul tem crescimento de 45%

A Secretaria da Saúde do Rio Grande do Sul apresentou, nesta terça-feira (26), o primeiro Boletim Epidemiológico da Saúde do Homem, que reúne dados relevantes do Sistema Único de Saúde (SUS).
Um dos principais destaques da publicação, com informações referentes a 2023, foi o aumento significativo no número de vasectomias realizadas no Estado. Em comparação a 2022, houve um crescimento de 45% nesses procedimentos.
Esse aumento está relacionado à vigência da Lei Federal 14.443/2022, que trouxe mudanças nas condições para a realização de esterilizações voluntárias. A nova legislação reduziu a idade mínima para o procedimento de 25 para 21 anos e eliminou a exigência de consentimento expresso do cônjuge para a realização de vasectomias e laqueaduras tubárias. Com essas alterações, o número de vasectomias no Rio Grande do Sul passou de 5.703, em 2022, para 8.256, em 2023.
De acordo com o boletim, embora a vasectomia seja amplamente utilizada como método contraceptivo em países desenvolvidos, sua prevalência é baixa em países em desenvolvimento, como o Brasil.
“Isso se deve, em parte, ao fato de que o Programa de Planejamento Sexual, desde sua criação, foi direcionado principalmente às mulheres. Historicamente, a responsabilidade pelo controle reprodutivo e pelos métodos contraceptivos ofertados no SUS foi atribuída às mulheres, mesmo que o programa tivesse como público-alvo ambos os sexos”, destaca o documento. O boletim foi divulgado como parte das ações do Novembro Azul, campanha voltada à conscientização sobre a saúde integral dos homens.
TEXTO – José Raimundo Tramontini
FOTO - Ilustrativa